17/09/2014 - Morro do Pilar a Cocais

Essa noite foi sofrida... de madrugada, surgiram as dores adquiridas na trilha para a Cachoeira do Tabuleiro, principalmente na coluna (coisa dos 40 anos, normal), mas tava difícil, levantar da cama foi chato, andar foi chato, descer e subir as escadas da pousada foi mais chato ainda... pensei o que ia sofrer andando de moto em estrada de terra. 
Então... o que fazer.. quem poderá me ajudar?! Quem... quem? .... 
A Patroa! Mensagem para ela pelo zap zap, depois do questionário sobre o que tinha acontecido, veio a receita: tal, tal e tal remédio, prontamente comprados na farmácia perto da pousada e imediatamente ingeridos antes de subir na noto.

O café da manhã na pousada é reforçado, almocei de novo!

Segue viagem para Itambé do Mato Dentro, conhecer a Cachoeira do Funil e Cachoeira da Serenata, e depois Ipoema, Bom Jesus do Amparo, Cocais.

A estrada exige cuidados, em trechos de retas e piso firme a gente acelera, mas tem que ficar de olho nos animais soltos.


Ordenhadas e curtindo o sol! Perigo.

Vi uma placa de acesso ao Mineroduto Minas-Rio, o Seu Morais (Pousada Morais) tinha me contado uma certa teoria da conspiração, que o minério de ferro estava sendo levado para as Europa através de água, sinceramente não entendi direito na hora; e mais, que na verdade o minério estava cheio é do ouro, e as mineradoras estavam pagando por gato e levando lebre! Fiquei muito confuso com a informação do Seu Morais, e mais confuso quando vi as obras do Mineroduto.

Tá aí a placa.

Mineroduto cortando as montanhas.

Mineroduto cortando as montanhas.

Mineroduto cortando as montanhas.

Esse Mineroduto ficou na cabeça e à noite fui pesquisar. São 529 km de dutos, sendo o maior do mundo, que vai de Conceição do Mato Dentro até o terminal de minério de ferro no Porto do Açú, em São João da Barra (RJ). O minério triturado é misturado à água e bombeado pelos tubos, fazendo uma viagem de 4 dias para chegar ao terminal. É impressionante o que o homem pode fazer. Só fiquei pensando: e de onde vai vir tanta água? Não achei resposta. Mas tem muita gente que não gostou; como blog também é cultura, no fim do relato de hoje coloco dois links, um da empresa mineradora e outro de quem não gostou muito do projeto.

Segue viagem:


Cuidado! Campo minado!

Por toda parte!

Estrada alta, serra ao fundo, Negona vermelha (ou marrom?)

Por onde passam as estradas...

Em uma expedição dessa, em um lugar como o Caminho dos Diamantes, é impossível conhecer todos os pontos turísticos em uma semana, são cerca de 400 km, mas é muita coisa para ver. Então escolhi alguns nomes que achei interessante e outros que li alguma coisa, ou perguntei no caminho. Um deles é a Cachoeira do Funil, não sei porque, achei um nome imponente (acho que por influência da Serra do Funil).

Segue a placa...


Cachoeira do Funil

Bom, em uma viagem em que você está selecionando, entre várias opções, visitar as mais legais... me decepcionei um pouco com essa. Fica em um local que serve, aparentemente, de um parque da prefeitura para lazer de fim de semana, a cachoeira é pequenina, com mesas e bancos de concreto ao redor, com um bar e local para acampar, como era dia de semana, não havia ninguém. A sujeira era bastante. Acho que devo me informar melhor com a população antes de escolher os pontos. Pelo menos essa é ótimamente sinalizada.

Vamos então a uma cachoeira que, essa sim, me falaram que era imperdível, a Cachoeira da Serenata.

Boa sinalização!

Caminho de terra normal, o mesmo enfrentado todos os dias anteriores, mas o sofredor foram as porteiras e chaves de arame, só 5 (cinco). Com calor de 40 graus dentro da roupa, solzão forte lá no alto, parar abrir porteira, passar a moto, fechar porteira... foi dureza. Pensamento do mala aqui: "Ahh se essa for pequena igual à outra! Vou ficar muito p da vida".

Chegando no sítio o proprietário veio me atender, de meia e chinelos Havaianas. Com aquele excesso de educação de vendedor de sapato, explicou o que o sítio oferecia: local para camping, chuveiro, refeição e, a visita à cachoeira, claro. Valor da visita de R$ 5,00, mas ele já foi avisando que não tinha troco, e se eu quisesse dar mais, ele não reclamaria. Não paguei na hora e ele me apontou o caminho, "vai por esta porteira"... outra????..."segue pela porteira... mais outra?? "no meio daquelas duas árvores, e vai descendo pelo pasto".

Lá fui eu, 7 porteiras, dá para chegar de moto praticamente no topo da primeira queda. Pelo menos essa aparentava ser alta, e o barulho da água era forte. 

Moto na beira do rio.

Antes da primeira queda.

Primeira queda

Primeira Queda

Apesar da atenção do dono do sítio e de toda a infraestrutura prometida, não há caminho preparado para visitar as quedas, é no meio das pedras, do mato e dos espinhos mesmo. Um lugar tão bonito, deveria ter mais atenção. Mas imagino que em fins de semana deva ser bastante frequentada mesmo assim.

No meio dos espinhos, tinha um ninho... tinha um ninho no meio dos espinhos!

Segunda queda.

Segunda queda.

Observe nessa foto que, água da queda não cai direto no poço, há um enorme buraco antes, a água chega no poço pelo fundo.

Segunda queda.

Alto da terceira queda.

Fui até o alto da terceira queda, a mais alta, para chegar ao poço eu teria que dar uma volta muito grande no vale para descer muita coisa, como já estava todo dolorido da ida ao Tabuleiro, achei melhor parar por ali. Mas as 3 quedas são ótimas, com poços grandes, dá para passar o dia ali. Aprovada!

Voltei à casa (2 porteiras), e como o anfitrião, agora de botinas, não ia ter troco, comprei uma água e acabei tomando tudo de uma vez só. Então a conta ficou em R$ 7,50. Paguei R$ 10,00 e ficou por isso mesmo. Mas, no fim acabei ganhando uma enchida da garrafinha com água da geladeira para levar na moto, acabou ficando R$ 10,00 mesmo. Vombora... abrir 5 porteiras.

5 porteiras depois... uma garrafinha de água esvaziada, segue a boiada.

Boiada não, tropa!

Chegando em Ipoema, parei para carimbar o passaporte no Museu do Tropeiro, dei uma passeada pelo acervo, mas tinha uma excursão escolar, muito tumulto, não me demorei por lá. Com fome e sede, parei na rodoviária e comi um salgado com Coca Cola. A atendente, muito educada, morena de olho azul, vi que era mãe... e vai campanha do Hospital de Câncer, ela recebeu o folheto e começou a ler ali mesmo. Aproveitei para saber mais sobre a Cachoeira Alta, a moça disse que valia a pena, então, vombora!

Na saída da rodoviária, duas funcionárias da prefeitura, ficaram olhando a moto... mais uma chance de fazer o bem. Duas mães, e vai campanha.

Segue campanha, câncer infanto-juvenil.

Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição




Agora sim, segue a boiada!
E a boiada nos levará até... a Cachoeira Alta! Vombora!

A cachoeira fica há 11 km da cidade, em um sítio-pousada; de fora do portão, com guarita, dava para ver que a infraestrutura é muito boa, tudo gramado, com muita árvore, banheiros, local para refeição, mas... tudo trancado! Do lado de fora, um carro de Mogi Mirim, devia ser de algum visitante, como eu, e já deviam ter ido lá para dentro sem autorização. Bom, como já tinha um, se viesse bronca, seria divida por 2... passei por baixo do portão e fui. No caminho procurei algum ser vivente, mas nada. Passa por baixo de uma porteira, para acessar o caminho da cachoeira e vai por uma subida... sinceramente, a todo momento me lembrava, forçadamente, da Cachoeira do Tabuleiro... como dói fazer subida!

E essa é a Cachoeira Alta:

Outra que vale à pena visitar.

Não cabe ela inteira na foto.

A cachoeira tem 110 metros, com um grande poço. Aparentemente um bom lugar para passar o dia. Não desci até o poço, pois a Cachoeira do Tabuleiro ainda estava se manifestando em minhas pernas.

O carro de Mogi Mirim tinham dois caras, que também foram lá conhecer, eram vendedores de correntes diversas para as mineradoras, se viesse bronca, seria dividida por três! Aproveitei para perguntar sobre o tal mineroduto, se eles sabiam como funcionava, disseram que sim... que tinha uma esteira gigante dentro dos tubos que percorria todo o percurso até o porto... puts... essa foi de acabar com os queijos do Serro! (alusão aos pequis de Goiás).

Segue viagem. Passa por Bom Jesus do Amparo, sem atrativos, e segue para Cocais.

Usei o GPS em todo o trecho da ER. Fiz o download no site do Instituto Estrada Real e a rota é bem fiel ao caminho. Coloquei uma resolução de 80 metros, assim, era possível visualizar curvas antes delas chegarem e comparar com o terreno que eu estava no momento. E foi bastante útil quando eu perdia algum marco de vista e passava reto do local (a rota sumia da tela), ou nas duas vezes em que os marcos estavam em lugares errados, provavelmente mudados por alguma obra na estrada. Como o meu suporte do Ebay não chegou à tempo... a antena corta-pipa serviu bem, com duas fitas de silver tape, ficou perfeito!

GPS em seu suporte marca Gambitech!

Trecho em meio à plantação de eucalipto, sombra todo o tempo.

Fim do dia, chegando finalmente em Cocais. Pensei que ia ser uma cidade maior. Descobri que é um distrito de Barão de Cocais, essa sim, maior.

Avistei a Pousada Vila Cocais, havia mais duas a procurar, mas gostei da cara dessa e fui entrando. Diária cara, de R$ 98,00, chorei e saiu por R$ 95,00 (mega desconto!?). Mas valeu a pena, chalé com banheiro, cama de casal hiper confortável, tudo coisa fina. Somando com os R$ 45,00 de ontem e dividindo por dois, a média fica boa para esses dois dias, R$ 70,00. E eu estava precisando de um bom colchão de molas para curar minha coluna!

Conheci uma galera de Brasília, que percorria a ER com bikes. Um era motociclista, dono de uma Transalp e o papo de motos e bikes foi longe.

O cardápio da pousada também era bem salgado, e como eu já estava comendo pouco nessa trip, pedi um Filé Kids, que se mostrou uma boa refeição e de menor custo.

Fotos da pousada, muito bem estruturada.







Vombora... dormir!



============================================================



Mineroduto, forme sua opinião:

Site da Anglo American, explicando o funcionamento do sistema (com vídeo):




E um vídeo do Youtube, mostrando o outro lado:

Nenhum comentário:

Postar um comentário